Fundos de Renda Fixa: o que são e como funcionam esses investimentos
Postado em 16 de dezembro de 2022

Os investimentos em Renda Fixa tornaram a subir em abril, maio e junho de 2022, alcançando 61% de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Esse é o maior percentual trimestral nos últimos quatro anos.

Essa retomada dos investimentos em Renda Fixa se relaciona com o aumento da Selic (taxa básica de juros). O tipo mais procurado permanece sendo a Poupança, que atrai, no mínimo, 35% das pessoas do Brasil. Em segundo lugar, aparece a Previdência (15%). Preparamos este texto para explicar o que são Fundos de Renda Fixa, como funcionam, quais são os tipos mais comuns e outros pontos relevantes. Confira!

O que são os Fundos de Renda Fixa?

Os Fundos de Renda Fixa são investimentos que reúnem diferentes produtos em uma mesma carteira, mas todos de Renda Fixa — é o caso de títulos públicos e privados.O investidor tem acesso a diferentes ativos ao mesmo tempo, sem precisar comprá-los separadamente. Geralmente, 80% dos ativos são de Renda Fixa e 20% são derivativos.Existe um gestor que administra os fundos para obter os máximos rendimentos com o mínimo de riscos.

Como eles funcionam?

Os Fundos de Renda Fixa funcionam assim: o investidor compra uma ou mais cotas, sendo que cada cota corresponde à menor parte do fundo. É o gestor que deve considerar a política do respectivo fundo — que determina quais são os tipos de ativos que vão compor a carteira. Somente ele pode definir a composição do fundo.

Mensalmente, os relatórios emitidos revelam o desempenho do fundo, as mudanças feitas e o percentual dos ativos que o compõem. Cabe ao investidor adquirir as cotas, acompanhar os relatórios e analisar se os rendimentos estão de acordo com suas metas e seus objetivos.

As taxas e a rentabilidade são igualmente distribuídas entre a quantidade de cotas. Assim, se o mesmo investidor tem muitas cotas, seus ganhos são maiores.

Quais são os tipos de Fundos de Renda Fixa?

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) classifica os Fundos de Renda Fixa conforme o prazo, a finalidade e a composição da carteira.

Simples

Os investimentos simples foram desenvolvidos para atender às necessidades de pequenos investidores e iniciantes. A finalidade é envolver menos riscos e custos mais baixos. Por causa disso, o fundo tem 95% de sua composição em títulos públicos e instituições que oferecem riscos baixos de crédito. O administrador não pode alocar boa parte dos recursos em títulos privados e, menos ainda, em aplicações do exterior. Isso é feito com a finalidade de garantir proteção contra a volatilidade.

Curto prazo

Os fundos de curto prazo se vencem em menos tempo. O limite dos títulos desse fundo é 365 dias, ou seja, um ano. Para minimizar ainda mais os riscos, o gestor só pode usar títulos públicos/privados prefixados ou atrelados à taxa básica de juros. Também fazem parte desse grupo os ativos privados emitidos por instituições de credibilidade.

Longo prazo

Ao contrário dos Fundos de Renda Fixa de curto prazo, os de longo prazo têm vencimento mínimo acima de 365 dias. Há, portanto, mais flexibilidade em relação à composição e à gestão da carteira.Os ativos podem ser prefixados, pós-fixados, públicos e privados. Esses investimentos são mais arriscados, por isso, os rendimentos tendem a ser maiores.

Referenciados

Nesse caso, busca-se a rentabilidade a partir de um índice de referência, como IPCA (inflação) e CDI — 95% dos ativos estão atrelados a um índice específico.Ainda assim, é preciso seguir a regra de 80% dos títulos públicos/privados com risco baixo para preservar a aplicação. No curto prazo, as variações de rentabilidade tendem a ser mais altas.

Dívida externa

Esses fundos aplicam, no mínimo, 80% dos recursos em títulos da dívida externa do Brasil. Não é permitido investir em ativos brasileiros.

Crédito privado

É um crédito com mais flexibilidade e mais riscos. Nesse caso, 50% dos recursos são alocados em CDBs, debêntures e outros títulos privados. Os outros 50% dos recursos se referem a derivativos e títulos públicos.

Qual é a relação entre a Taxa Selic e os Fundos de Renda Fixa?

A Taxa Selic é uma ferramenta de controle monetário, ou seja, interfere no total de dinheiro que está circulando no Brasil. Os investimentos em Renda Fixa são diretamente influenciados pela Selic, pois ela é utilizada como referência para a rentabilidade.

Outros títulos utilizam o CDI como índice de referência. Trata-se de uma taxa de juros que segue bem perto a Taxa Selic. Geralmente, quanto mais alta é a taxa básica de juros, maiores são os rendimentos. Quando a Selic diminui, os rendimentos da Renda Fixa também caem.

É vantajoso investir em Fundos de Renda Fixa?

Existem vantagens em aplicar dinheiro nos Fundos de Renda Fixa. As principais são: diversificação, rentabilidade, praticidade, aporte mínimo, gestão profissional e igualdade.

  • Diversificação: dá acesso a diferentes ativos em um só investimento, o que ajuda a reduzir os riscos.
  • Rentabilidade: alguns fundos apresentam rendimentos acima do CDI.
  • Praticidade: não é preciso acompanhar o mercado financeiro todos os dias (uma boa solução para quem não tem muito tempo disponível).
  • Aporte mínimo: a partir de um valor mínimo, mais acessível que em outros investimentos, é possível alocar recursos em diferentes ativos de Renda Fixa.
  • Gestão profissional: um gestor competente administra os Fundos de Renda Fixa, e o investidor não precisa ficar preocupado com a compra e a venda das aplicações.
  • Igualdade: os rendimentos são divididos proporcionalmente às cotas adquiridas, ou seja, de forma justa.

Como começar a investir?

Um dos passos mais importantes para começar a investir em Fundos de Renda Fixa é conhecer o mercado de investimentos. Não devemos investir nosso dinheiro sem planejamento, de forma aleatória. Todo investimento envolve riscos, mas é fundamental gerenciá-los.

É muito importante contar com o apoio de uma assessoria financeira, que vai analisar o seu perfil de investidor e passar orientações de investimentos com base nele.

Quando a pessoa faz parte de uma cooperativa de crédito, pode investir com mais segurança, considerando que existem aplicações financeiras planejadas especificamente para beneficiar os membros da cooperativa. Além dos rendimentos dos fundos, o cooperado tem retorno nas sobras à medida que usa mais os produtos da instituição. Entre os produtos de Renda Fixa oferecidos por cooperativas, podemos citar:

  • Recibo de Depósito Cooperativo (RDC), cujos recursos são destinados a operações que vão beneficiar os cooperados;
  • Letra de Crédito Imobiliário (LCI), cujos recursos se destinam ao setor imobiliário;
  • Letra Financeira (LF), cujos recursos são alocados em longo prazo, com a finalidade de conquistar rendimentos mais atrativos.

Aposte no conhecimento: informe-se mais sobre os Fundos de Renda Fixa que a sua cooperativa oferece! Invista de forma consciente e faça seu dinheiro trabalhar por você!Para investir com mais segurança, você deve conhecer o seu perfil de investidor. Aproveite para saber mais sobre os perfis de investidor e descobrir quais caminhos seguir!

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