Planejamento financeiro familiar: como falar sobre dinheiro com os filhos?
Postado em 4 de agosto de 2022 - Atualizado em 30 de agosto de 2022

O dinheiro consiste em um ativo extremamente valioso, afinal, é por meio dele que podemos adquirir produtos e serviços em geral. No âmbito familiar, é importante que haja um alinhamento no que diz respeito à destinação da renda, considerando as necessidades e desejos individuais e coletivos.

Recomenda-se, inclusive, que as crianças também participem das decisões que envolvem o orçamento da família. Assim, os pais conseguem fomentar a educação financeira no lar desde cedo.

Leia nosso post e veja como engajar os filhos no planejamento financeiro familiar, de modo que eles desenvolvam noções fundamentais sobre o assunto!

O que é um planejamento financeiro familiar?

Antes de entender as melhores práticas para falar sobre dinheiro com os filhos, vale uma breve contextualização sobre o conceito de planejamento financeiro familiar. 

De forma geral, essa é uma estratégia que consiste na gestão de todas as fontes de renda e gastos da família, ajudando a manter as finanças sob controle, desafogar o orçamento e até mesmo ter uma reserva. 

Como resultado, é possível manter a estabilidade do lar, garantir a segurança financeira e resguardar o futuro dos filhos. 

Como começar a aplicar o planejamento financeiro familiar?

Vejamos agora algumas dicas de como aplicar, na prática, o planejamento familiar.

Registre todas as entradas e saídas

Ao registrar as entradas e as saídas, todos os detalhes devem ser contemplados

No caso das receitas, é necessário considerar valores relativos aos salários de cada membro, incluindo os descontos, bônus, comissões e assim por diante.

Qualquer outro tipo de renda extra também deve ser anotado, seja vale-alimentação ou vale-transporte, aplicação financeira (títulos públicos ou privados, ações, poupança), venda de algum bem (principalmente imóveis), trabalho informal, recebimento de aluguéis etc.

No que diz respeito às saídas, é interessante avaliar três tipos: 

  • as contas do mês que têm valor fixo — condomínio, aluguel, TV a cabo, financiamentos em geral, internet, mensalidade escolar;
  • os gastos do mês sem valor fixo — água, luz, supermercado, combustível;
  • as despesas variáveis — delivery, passeios, viagens, lojas, restaurantes, imprevistos (consertos no veículo, alguma reforma de imóvel, gastos com farmácia etc).

Defina as prioridades

Feito o levantamento indicado no tópico anterior, é hora de definir quais são as despesas mais relevantes e elencá-las por ordem de prioridade. Essa organização ajuda a direcionar melhor o dinheiro.

Avalie, inclusive, se os gastos situados no fim da lista podem ser eliminados. Caso a resposta seja “sim”, você pode destinar o valor em questão para uma reserva de emergência ou para investimentos de longo prazo.

Use o cartão de crédito estrategicamente

Para o planejamento financeiro familiar funcionar, é fundamental usar o cartão de crédito de maneira inteligente e com responsabilidade. 

Uma das estratégias usadas pelas empresas para assegurar mais vendas é vender a prazo no cartão, algumas criam até o próprio cartão da loja. Embora esse recurso seja útil em muitas situações, é preciso ter atenção aos prazos e condições da venda no crédito.

Além disso, é importante escolher um cartão de crédito com benefícios que otimizem o seu orçamento e centralizar os gastos nele. Um programa de recompensa por pontos ou milhas, por exemplo, pode render uma boa economia ao final do mês ou proporcionar uma viagem em família durante as férias. 

Escolha boas opções de investimentos

Outra dica para um bom planejamento familiar é escolher boas opções de investimento. É possível fazer, eventualmente, um plano de previdência privada, pensando no futuro.

Outras opções que garantem segurança e rentabilidade são títulos de renda fixa, como RDC (Recibo de Depósito Cooperativo), LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LF (Letra Financeira. 

Os cuidados necessários envolvem:

  • escolher de uma instituição financeira com boa reputação e que seja confiável;
  • selecionar investimentos conforme seu perfil;
  • buscar consultoria de investimentos para obter informações sobre o assunto.

Em geral, as aplicações envolvem custos relacionados a taxas de administração, IOF, imposto de renda e assim por diante. Vale a pena se inteirar sobre tudo antes de investir seu dinheiro.

Entenda as necessidades de cada membro da família

Outra ação importante é compreender quais são as necessidades de cada membro da família. Dessa forma, é possível suprir as demandas de cada um, de forma que todos fiquem satisfeitos. O planejamento familiar deve garantir, preferencialmente, que não haja escassez nem excessos.

Como engajar as crianças no planejamento financeiro familiar?

Veja algumas recomendações para engajar os filhos no planejamento financeiro familiar!

Explique o papel do dinheiro na sociedade

Crianças gostam de ouvir histórias. Então, vale a pena usar esse artifício para explicar aos filhos a importância do dinheiro na sociedade.

Algumas narrativa atrativas são:

  • a origem do salário — as comunidades primitivas não usavam dinheiro, faziam trocas (permutas) entre objetos. Esse sistema deu origem, ao longo dos séculos, a palavras como “salário”, que era o pagamento feito ao trabalhador na forma de certa quantidade fixada de sal;
  • o surgimento das moedas e cédulas — as primeiras moedas apareceram na Lídia, no século VII a.C., e eram produzidas em metais nobres, como ouro e prata. Com a necessidade de guardar essas moedas, apareceram os bancos. As cédulas de papel, por sua vez, surgiram como recibos que registravam a quantidade moedas de determinado cliente que estavam guardadas em um banco.

Mostrar esse processo de desenvolvimento do dinheiro pode ser esclarecedor para a criança. Ela entenderá que o dinheiro é um elemento da economia e da cultura humana.

Também é interessante realçar para os filhos o impacto das diferenças socioeconômicas e a importância de respeitarmos nossa renda, mantendo certa estabilidade financeira e evitando fazer dívidas que comprometam o orçamento.

Utilize a mesada para ensinar

A mesada é uma boa opção para os pais ensinarem seus filhos sobre escolhas financeiras. Eles podem, inclusive, utilizar soluções digitais que os ajudem no controle da mesada.

Há diferentes aplicativos de gestão financeira atualmente. Alguns são gratuitos, outros são pagos. Naturalmente, as versões gratuitas são mais limitadas, mas já servem para a criança que está dando os primeiros passos na gestão de seu dinheiro.

Atribua responsabilidades

Os pais podem orientar sobre como organizar e pagar as contas. Uma sugestão é elaborar um quadro para registrar valores e prazos de vencimento, para que as crianças acompanhem junto aos pais.

Os filhos mais velhos podem até mesmo assumir o compromisso de efetuar o pagamento de determinada fatura, como a do celular. Essa responsabilidade fará com que se acostumem com a prática e se preparem para o futuro.

Pai usa banco imobiliário com filho para ensinar planejamento familiar

Desenvolva atividades lúdicas

Atividades lúdicas são ótimas estratégias pedagógicas, que tornam possível aprender brincando. Pensando nisso, os pais podem criar gincanas e jogos para motivar os filhos a acompanharem o gerenciamento das finanças de casa.

Um jogo muito conhecido é o “Banco Imobiliário”, em que os participantes recebem cédulas de dinheiro “falso” para fazer compras de terrenos, empréstimos e outras atividades financeiras. O participante pode enriquecer a partir da gestão financeira e do planejamento de jogada ou perder muito dinheiro se fizer más escolhas durante seu turno.

Outra dica é aproveitar os cofrinhos criativos para ensinar a criança a poupar. O “porquinho” é um símbolo muito interessante para as crianças, mas existem também outros formatos atrativos, além de, inclusive, também criar um cofrinho de material reciclado com elas. Você pode fazer do ato de poupar uma brincadeira, algo que seja divertido. 

Além disso, pode combinar com seu filho de contribuir com um valor extra se ele conseguir cumprir a missão de guardar determinada quantia ao longo de um semestre, por exemplo. Isso o motivará e fará com que se comprometa a poupar o dinheiro.

Proponha aplicações simples

Poupar é uma das principais recomendações de educação financeira. Ajuda na contenção de gastos e na definição de prioridades.

Além disso, adquirir um título de investimento em renda fixa com o envolvimento das crianças é uma boa forma de mostrar a importância de economizar, separar uma quantia mensalmente e se preparar para o futuro.

O exemplo é um bom motivador para as crianças. Por isso, vale a pena que os pais sirvam de modelo de controle financeiro, ajudando os filhos a investirem para alcançar um futuro melhor e a valorizar o dinheiro.

Estimule a leitura

Os pais também devem estimular a leitura de materiais referentes ao assunto. Existem, inclusive, campanhas em quadrinhos da Turma da Mônica sobre educação financeira.

Há, ainda, livros interessantes direcionados para o público infantil, tais como:

  • Como se fosse dinheiro, de Ruth Rocha;
  • O pé de meia mágico, de Álvaro Modernell;
  • Dinheiro compra tudo? — Educação financeira para crianças, de Cássia D’Aquino;
  • Almanaque Maluquinho: pra que dinheiro?, de Ziraldo;
  • Guardiões da galáxia: o poderoso plano de Rocket, de Aubrey Sitterson;
  • A menina, o cofrinho e a vovó, de Cora Coralina;
  • Crise financeira na floresta, de Ana Paula Hornos;
  • Zequinha e a porquinha Poupança, de Álvaro Modernell;
  • Educação financeira para crianças (cinco volumes), de Luiz Roberto Dante;
  • Como cuidar de seu dinheiro, de Thiago Nigro e Maurício de Souza;
  • Meu poderoso cofrinho, de Clariana Barcelos;
  • Fundamentos de matemática elementar, volume 11: matemática comercial, matemática financeira e estatística, de Gelson Iezzi;
  • Porquinho gordo — Educação financeira e empreendedorismo para crianças, de Sandra Aegesen.

Para completar, vale também ler “O poço do Visconde”, de Monteiro Lobato, que trata da questão do petróleo no Brasil, e “O homem que calculava”, de Malba Tahan. Para as crianças maiores, “O Homem mais rico da Babilônia”, de George S. Clason, é uma boa dica.

Quais são outras formas de contribuir para o futuro financeiro dos filhos?

Incentive sempre a participação dos filhos no planejamento financeiro familiar. Isso estimulará a disciplina e fará com que se sintam felizes em dar a opinião sobre o destino do dinheiro de casa.

Claro que a cobrança deve ser feita conforme a idade e a capacidade de cada criança. Não a  sobrecarregue com responsabilidades adultas, mas faça perceber que ela tem um papel importante nas decisões familiares.

Fazer um plano de previdência privada familiar também é uma ótima forma de investir no futuro das crianças. Essa é uma aplicação financeira, geralmente em longo prazo, que os pais costumam contratar quando a criança ainda é pequena. Desse modo, ela poderá usufruir os benefícios após os 18 anos.

O plano de previdência aplica o capital em fundos de investimento de renda fixa e/ou variável. Cada plano envolve riscos baixos, médios ou altos. É interessante observar, além dos graus de risco, a rentabilidade anual proporcionada pelos fundos.

Podemos citar as seguintes vantagens em investir em previdência privada para crianças:

  • futuro financeiro mais seguro;
  • boa rentabilidade, que tende a superar os rendimentos de Tesouro Direto e CDB, por exemplo (isso porque os rendimentos se acumulam ao longo dos anos, no formato juros sobre juros);
  • flexibilidade para gestão do investimento, uma vez que os rendimentos podem ser resgatados mensalmente (liquidez média).

Para optar por um bom plano de previdência, é importante:

  • escolher entre o PGBL e o VGBL, considerando suas diferenças na forma como é cobrado o imposto de renda;
  • definir o modelo de tributação (tabela regressiva ou progressiva);
  • comparar as ofertas das instituições financeiras (taxas de administração, taxas de carregamento, taxas de desempenho);
  • escolher uma instituição confiável.

Enfim, o planejamento financeiro familiar é muito importante para garantir maior segurança para as crianças, ao mesmo tempo em que integra os filhos nas decisões financeiras.

Já investe na educação financeira de seus filhos? O que faz para resguardar o futuro dos pequenos? Confira como funcionam os planos oferecidos pela Unicred em parceria com a Quanta Previdência e dê o primeiro passo!

Unicred

A Unicred é uma instituição financeira cooperativa, cujo objetivo é fornecer crédito e prestar serviços aos seus cooperados.

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