7 Princípios do Cooperativismo: saiba o que rege as ações das cooperativas de crédito

Postado em 16 de setembro de 2022 - Atualizado em 23 de setembro de 2022

O cooperativismo é muito mais do que um modelo de negócios. Na verdade, pode ser considerado até como uma forma alternativa de sociedade, a qual tem como principal objetivo a prosperidade coletiva.

Sua abrangência é tão grande que, segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2021, movimenta hoje 4.868 cooperativas no Brasil, entre elas, as cooperativas de crédito, que propõem taxas e retornos mais atraentes para que seus associados possam obter sucesso financeiro, juntos. 

Diante dessa magnitude, todas as ações e atividades dessas organizações são regidas pelos 7 princípios do cooperativismo. Conhecê-los ajuda a entender, inclusive, como o cooperativismo atua na construção do bem-estar da comunidade.

Não sabe quais são eles? Então, continue a leitura e conheça cada um deles para entender como influenciam nas trocas de experiências entre as pessoas e contribuem para a solução de problemas em comum, além de serem propostas presentes em nosso dia a dia.

1. Adesão voluntária e livre

O primeiro dos 7 princípios de cooperativismo mostra que as cooperativas estão sempre abertas para receberem participantes, sendo eles aptos à adesão conforme o estatuto. Assim que alguém se torna um cooperado, significa que é considerado como um membro ativo com responsabilidades.

Não há qualquer discriminação de gênero, etnia, política ou crença religiosa. Todos são bem-vindos e tratados como iguais.

A escolha em assumir esse papel é livre. Na prática, o princípio é o mesmo aplicado a situações e projetos que aparecem em nosso cotidiano . A partir do momento em que escolhemos fazer parte de algum projeto, nos doamos por completo.

E não apenas nós colhemos os benefícios dessa dedicação, mas também todas as responsabilidade que estão envolvidas na iniciativa em questão.

2. Gestão democrática

Os 7 princípios do cooperativismo também incluem a gestão democrática, ou seja, todos os membros têm direito ao voto igualitário em todas as decisões que são tomadas.

Esse é um conceito democrático, que reforça o quanto é importante a presença de pessoas diferentes no espaço da cooperativa. Todos contribuem com suas próprias visões e opiniões para se chegar a um determinado resultado.

Esse é um valor importante aplicado também em outros âmbitos da nossa rotina. Por exemplo, em decisões que precisam ser tomadas em família, quando todos os membros participam para que se chegue a um fim. No cooperativismo é assim; nas assembleias todos os cooperados têm direito ao voto, igualmente. 

3. Participação econômica dos membros

A junção dos dois primeiros princípios leva ao terceiro: a participação econômica dos membros. É ela que assegura a voz ativa em todas as tomadas de decisão. 

Todos os cooperados devem contribuir economicamente para a cooperativa, na condição que todo o capital recolhido se torna propriedade comum. Dessa forma, todo valor é controlado de maneira democrática, compreendendo a devida prestação de contas a todos os cooperados. Assim todos colhem os benefícios do resultado final, de acordo com sua parcela de participação no negócio.

Na vida, é possível refletir esse princípio ao sair com os amigos ou promover um almoço coletivo com o pessoal do trabalho. Quando há uma contribuição financeira em conjunto, todos passam a ter acesso a opções mais vantajosas e mais completas.

4. Autonomia e independência

Os 7 princípios do cooperativismo englobam ainda a questão da autonomia e independência. Essa é a melhor maneira de garantir que a voz dos cooperados seja válida acima de qualquer outro preceito.

Com isso, a cooperativa se mantém sempre a serviço do cooperado e não sofre nenhum tipo de interferência externa. Também não há dependência de outros interesses que não correspondem ao do grupo.

Em resumo, ainda que a cooperativa se baseie em parcerias e seja regida sob normas de órgãos específicos do setor, ser independente vem sempre em primeiro lugar. 

5. Educação, formação e informação

As cooperativas também se comprometem a formar seus membros e informar a comunidade, por meio de ações que envolvem a todos de forma igual e justa. Mas o que isso quer dizer?

Que ao qualificar os cooperados e seus colaboradores, a trajetória cooperativista fica mais simples e leve. Estar bem informado e investir em uma boa formação continuada a respeito das atividades de uma cooperativa é essencial para se manter ativo dentro do cenário e fazer o melhor para a comunidade.

Assim, cada um procura evoluir em sua vida profissional ou pessoal para se adaptar às mudanças e se manter atualizado, levando a sua melhor versão que contribuirá para a prosperidade do grupo.

6. Intercooperação

A intercooperação também faz parte dos 7 princípios do cooperativismo. Ainda que uma cooperativa priorize os interesses de seus cooperados, ela também se compromete em fomentar o cooperativismo de uma forma abrangente.

Dessa maneira, passa a trocar experiências, ações e contribuições com outras cooperativas. As práticas que dão certo são compartilhadas, assim como iniciativas que trouxeram resultados positivos.

No dia a dia, a intercooperação pode ser exemplificada com as atividades de um projeto social. Cada membro contribui para construir ações de impacto positivo, os aprendizados dessas atividades podem ser divididos com grupos de outros projetos sociais, para que repliquem práticas pertinentes.

7. Interesse pela comunidade

Por fim, mas não menos importante, o sétimo princípio é o interesse pela comunidade, ou seja, uma cooperativa sempre trabalha com foco no desenvolvimento daqueles que estão ao seu redor.

Em uma cooperativa de crédito, esse princípio é colocado em prática sempre que o investimento dos cooperados é aplicado localmente. E assim, passa a incentivar o desenvolvimento daquela região como um todo.

A cooperativa cresce, os cooperados crescem e o ambiente cresce. É um trabalho conjunto, em equipe, feito para vencer objetivos e obter um excelente retorno para todos os envolvidos.

Como os 7 princípios do cooperativismo explicam a diferença entre cooperativa de crédito e uma institucional financeira tradicional

Em suma, os 7 princípios do cooperativismo guiam ações que geram prosperidade coletiva. Por ter um objetivo que preza pelo bem da comunidade, as cooperativas de crédito têm acesso a condições e taxas mais justas para seus associados, afinal, o bem-estar de muitos é algo que deve ser incentivado e expandido.

Em contrapartida, em uma instituição tradicional, como é o caso dos bancos, quem manda é o capital. Os clientes não possuem direito ao voto e o bem comum não é o principal foco de trabalho, porque poucos acionistas são donos e detém o controle financeiro, sendo os únicos beneficiários do lucro. Enquanto na cooperativa de crédito o desenvolvimento dos cooperados e a disponibilização de serviços personalizados vêm sempre em primeiro lugar.

Gostou de saber mais sobre os 7 princípios do cooperativismo? Eles afirmam o compromisso das cooperativas com todos aqueles que acreditam e se dedicam para que esse modelo continue a se fortalecer.

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