As cooperativas são entidades sem fins lucrativos? Entenda!
Postado em 9 de dezembro de 2019 - Atualizado em 28 de julho de 2021

Ao falar em instituições que atuam no mercado, é comum logo associar as atividades ao lucro. A ideia seria simples: os negócios precisam vender para lucrar e obter ganhos cada vez maiores. No entanto, podemos encontrar aquelas que são conhecidas como entidades sem fins lucrativos.

Elas têm características únicas e um impacto cada vez maior em nossa economia. Por isso, entender a proposta por trás dessas alternativas é indispensável para aproveitar as possibilidades.

Na sequência, saiba um pouco mais sobre as entidades sem fins lucrativos e entenda o que elas têm a oferecer!

Afinal, o que são as entidades sem fins lucrativos?

Como o próprio nome diz, essas entidades não são voltadas para o lucro. É diferente de um comércio, de uma indústria ou mesmo de um banco tradicional. Nessas opções comuns, há uma diferença entre os custos internos e o valor de venda/contratação.

Esse total serve tanto para quitar as despesas quanto para remunerar donos e acionistas. Quanto maior for a diferença, maiores serão os lucros.

No caso das entidades sem fins lucrativos, tudo acontece de uma maneira distinta. Todos os valores captados, como por meio de doações ou pela prestação de serviços, servem apenas para pagar as despesas. Ou seja, há o pagamento de fornecedores e funcionários, sem que haja uma porção voltada ao lucro.

Entre as principais possibilidades, estão:

  • ONGs;
  • organizações filantrópicas;
  • entidades de classe;
  • cooperativas e outras.

Por que as cooperativas se encaixam nessa classificação?

Como visto, as cooperativas se encaixam como entidades sem fins lucrativos. Isso acontece porque estamos falando de uma organização com enquadramento jurídico, mas que funciona de um jeito diferente.

Ela é formada por meio da união de pessoas físicas e/ou jurídicas que compartilham um objetivo. Com a atuação conjunta, há maior poder de negociação e a capacidade de alcançar bons resultados, como custos menores e serviços de diversos tipos.

A ideia é aumentar a acessibilidade a vários serviços e recursos. Principalmente, visa a ajudar todos os integrantes, com condições que não são encontradas em empresas “tradicionais” do mercado.

Para utilizar os serviços e as vantagens, é preciso se cadastrar e integrar o grupo, o que oferece maior controle à administração. Além disso, é claro, não existe a finalidade de acumular lucro.

Os valores que “sobram”, entre arrecadação e despesas, têm finalidades específicas e que não é dedicada aos diretores. Em vez disso, uma parte é usada na criação de fundos de reserva para garantir liquidez à cooperativa, por exemplo.

Após uma reclassificação, o sistema cooperativista brasileiro passou a ter 7 categorias diferentes. São elas:

  • produção de bens e serviços: anteriormente chamada de cooperativa de trabalho, é a categoria de prestadores de serviços especializados, bem como de artesãos, professores e outros ramos;
  • infraestrutura: ramo voltado para cooperativas que prestam serviços de infraestrutura, como sobre energia elétrica;
  • consumo: setor que envolve consumidores interessados em comprar com condições mais favoráveis e que deu origem à história do cooperativismo;
  • transporte: voltado para cooperados que possuem veículos, é uma área designada para motoristas de carga pesada ou passageiros, como taxistas;
  • saúde: parte voltada por médicos e outros profissionais ligados à saúde, além de incluir cooperativas que criam o próprio plano de saúde;
  • agropecuário: setor voltado para os cooperados ligados à atividade agropecuária, extrativista e assim por diante;
  • crédito: setor composto por instituições financeiras cooperadas que prestam serviços variados aos integrantes.

Quais são as principais características das cooperativas?

Até aqui, você já sabe que as cooperativas fazem parte das entidades sem fins lucrativos. Mas é possível ir além e entender quais são os impactos quando não existe a busca pelo lucro.

Vamos considerar as cooperativas de crédito. Nessa modalidade, as organizações oferecem serviços variados, como linhas de crédito, conta corrente, cartões, investimentos e muito mais. Ou seja, tudo o que um banco apresenta está disponível nessa proposta.

A diferença é que é possível aproveitar diversos benefícios. Na sequência, confira quais são os pontos principais dessas entidades sem fins lucrativos!

Menores taxas

Como o objetivo não é obter lucro, as taxas de juros costumam ser menores nessa modalidade. Na prática, financiamentos são mais baratos, enquanto a cobrança nos investimentos também é menor.

Normalmente, o valor serve apenas para cobrir o risco de crédito e não para gerar acúmulo de riquezas. Com isso, há um nível maior de acessibilidade às ofertas.

Distribuição das sobras

Outro ponto interessante é que numa cooperativa do tipo, os valores que sobram não são distribuídos entre acionistas. Em vez disso, há uma divisão proporcional entre todos os cooperados.

Quanto mais você utilizar os serviços, mais receberá ao final da apuração. Assim, é possível obter ótimos resultados e garantir que você veja o retorno acontecer de maneira clara.

Participação igualitária

Além de tudo, uma cooperativa é comandada pelos próprios cooperados. Essa é uma das únicas entidades sem fins lucrativos a fazer isso e permite que cada um tenha direito a um voto. Esse peso, inclusive, independe de quanto dinheiro você movimenta.

Trata-se de algo que faz com que todos possam expressar suas opiniões e preferências quanto ao futuro da organização. Com uma gestão democrática e participativa, todos podem se envolver.

Como é o mercado de cooperativismo no Brasil?

Em um cenário em que a economia compartilhada ganha força, as entidades sem fins lucrativos têm recebido maior importância. O cooperativismo, especificamente, tem sido um dos grandes destaques no Brasil — inclusive, em situações de dificuldades econômicas.

Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2019, o setor permanece em crescimento. Entre 2014 e 2018, o número de cooperativas saltou de 6.582 para 6.828. De 2010 a 2018, o número de cooperados saltou 62% e passou de 9 milhões para 14,6 milhões.

O número de empregados também aumentou: eram 298 mil em 2010; 361 mil em 2014 e 425,3 mil, em 2018. Tudo isso indica o impacto que essas entidades têm na economia.

No mundo, o movimento é parecido. As cooperativas existem em 150 países e geram 280 milhões de empregos. Ao total, há 3 milhões de cooperativas e 1,2 bilhão de cooperados no planeta.

Ao olhar para as cooperativas de crédito, o desempenho também é positivo. Temos 909 cooperativas com 87,3 mil empregados em 2018 — contra 46,6 mil, em 2014. Além disso, o número de cooperados mais que dobrou em 8 anos: em 2010, eram 4 milhões e, em 2018, já eram 9,8 milhões.

Todos esses números servem para mostrar que essas entidades têm um grande peso na economia do Brasil e do mundo — e, por isso, prometem ser cada vez mais relevantes.

Para conhecer melhor a história do setor, venha entender como surgiu o cooperativismo no Brasil!

Unicred

A Unicred é uma instituição financeira cooperativa, cujo objetivo é fornecer crédito e prestar serviços aos seus cooperados.

LEIA TAMBÉM