Ao falar em instituições que atuam no mercado, é comum logo associar as atividades ao lucro. A ideia seria simples: os negócios precisam vender para lucrar e obter ganhos cada vez maiores. No entanto, podemos encontrar aquelas que são conhecidas como entidades sem fins lucrativos.
Elas têm características únicas e um impacto cada vez maior em nossa economia. Por isso, entender a proposta por trás dessas alternativas é indispensável para aproveitar as possibilidades.
Na sequência, saiba um pouco mais sobre as entidades sem fins lucrativos e entenda o que elas têm a oferecer!
Como o próprio nome diz, essas entidades não são voltadas para o lucro. É diferente de um comércio, de uma indústria ou mesmo de um banco tradicional. Nessas opções comuns, há uma diferença entre os custos internos e o valor de venda/contratação.
Esse total serve tanto para quitar as despesas quanto para remunerar donos e acionistas. Quanto maior for a diferença, maiores serão os lucros.
No caso das entidades sem fins lucrativos, tudo acontece de uma maneira distinta. Todos os valores captados, como por meio de doações ou pela prestação de serviços, servem apenas para pagar as despesas. Ou seja, há o pagamento de fornecedores e funcionários, sem que haja uma porção voltada ao lucro.
Entre as principais possibilidades, estão:
Como visto, as cooperativas se encaixam como entidades sem fins lucrativos. Isso acontece porque estamos falando de uma organização com enquadramento jurídico, mas que funciona de um jeito diferente.
Ela é formada por meio da união de pessoas físicas e/ou jurídicas que compartilham um objetivo. Com a atuação conjunta, há maior poder de negociação e a capacidade de alcançar bons resultados, como custos menores e serviços de diversos tipos.
A ideia é aumentar a acessibilidade a vários serviços e recursos. Principalmente, visa a ajudar todos os integrantes, com condições que não são encontradas em empresas “tradicionais” do mercado.
Para utilizar os serviços e as vantagens, é preciso se cadastrar e integrar o grupo, o que oferece maior controle à administração. Além disso, é claro, não existe a finalidade de acumular lucro.
Os valores que “sobram”, entre arrecadação e despesas, têm finalidades específicas e que não é dedicada aos diretores. Em vez disso, uma parte é usada na criação de fundos de reserva para garantir liquidez à cooperativa, por exemplo.
Após uma reclassificação, o sistema cooperativista brasileiro passou a ter 7 categorias diferentes. São elas:
Até aqui, você já sabe que as cooperativas fazem parte das entidades sem fins lucrativos. Mas é possível ir além e entender quais são os impactos quando não existe a busca pelo lucro.
Vamos considerar as cooperativas de crédito. Nessa modalidade, as organizações oferecem serviços variados, como linhas de crédito, conta corrente, cartões, investimentos e muito mais. Ou seja, tudo o que um banco apresenta está disponível nessa proposta.
A diferença é que é possível aproveitar diversos benefícios. Na sequência, confira quais são os pontos principais dessas entidades sem fins lucrativos!
Como o objetivo não é obter lucro, as taxas de juros costumam ser menores nessa modalidade. Na prática, financiamentos são mais baratos, enquanto a cobrança nos investimentos também é menor.
Normalmente, o valor serve apenas para cobrir o risco de crédito e não para gerar acúmulo de riquezas. Com isso, há um nível maior de acessibilidade às ofertas.
Outro ponto interessante é que numa cooperativa do tipo, os valores que sobram não são distribuídos entre acionistas. Em vez disso, há uma divisão proporcional entre todos os cooperados.
Quanto mais você utilizar os serviços, mais receberá ao final da apuração. Assim, é possível obter ótimos resultados e garantir que você veja o retorno acontecer de maneira clara.
Além de tudo, uma cooperativa é comandada pelos próprios cooperados. Essa é uma das únicas entidades sem fins lucrativos a fazer isso e permite que cada um tenha direito a um voto. Esse peso, inclusive, independe de quanto dinheiro você movimenta.
Trata-se de algo que faz com que todos possam expressar suas opiniões e preferências quanto ao futuro da organização. Com uma gestão democrática e participativa, todos podem se envolver.
Em um cenário em que a economia compartilhada ganha força, as entidades sem fins lucrativos têm recebido maior importância. O cooperativismo, especificamente, tem sido um dos grandes destaques no Brasil — inclusive, em situações de dificuldades econômicas.
Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2019, o setor permanece em crescimento. Entre 2014 e 2018, o número de cooperativas saltou de 6.582 para 6.828. De 2010 a 2018, o número de cooperados saltou 62% e passou de 9 milhões para 14,6 milhões.
O número de empregados também aumentou: eram 298 mil em 2010; 361 mil em 2014 e 425,3 mil, em 2018. Tudo isso indica o impacto que essas entidades têm na economia.
No mundo, o movimento é parecido. As cooperativas existem em 150 países e geram 280 milhões de empregos. Ao total, há 3 milhões de cooperativas e 1,2 bilhão de cooperados no planeta.
Ao olhar para as cooperativas de crédito, o desempenho também é positivo. Temos 909 cooperativas com 87,3 mil empregados em 2018 — contra 46,6 mil, em 2014. Além disso, o número de cooperados mais que dobrou em 8 anos: em 2010, eram 4 milhões e, em 2018, já eram 9,8 milhões.
Todos esses números servem para mostrar que essas entidades têm um grande peso na economia do Brasil e do mundo — e, por isso, prometem ser cada vez mais relevantes.
Para conhecer melhor a história do setor, venha entender como surgiu o cooperativismo no Brasil!
A Unicred é uma instituição financeira cooperativa, cujo objetivo é fornecer crédito e prestar serviços aos seus cooperados.