Cooperativismo como alternativa social: conheça os benefícios!
Postado em 28 de janeiro de 2021

As cooperativas são entidades sem fins lucrativos, que visam reunir cooperados com objetivos em comum. Graças a elas, produtores ganham poder de negociação e consumidores têm acesso a serviços diferentes. Então, é justo dizer que o cooperativismo atua como alternativa social.

Em seus diferentes setores, esse modelo tem se consolidado no Brasil e no mundo, sendo capaz de gerar diversos impactos. Dessa forma, é preciso atentar às perspectivas, até mesmo para aproveitar as possibilidades.

A seguir, confira por que o cooperativismo pode ser uma alternativa social e descubra tudo sobre o seu funcionamento!

Por que o cooperativismo é considerado uma alternativa social?

O modelo baseado em cooperativas pode, sim, ser visto como uma possibilidade para melhorar os indicadores sociais. Afinal, além de gerar um impacto econômico positivo, ele é capaz de estabelecer resultados que transformam o cotidiano. Portanto, veja quais são algumas vantagens que tornam o modelo cooperativista um caminho social!

Geração de empregos

Segundo o Anuário Brasileiro do Cooperativismo de 2020, 2019 terminou com 5314 cooperativas ativas espalhadas em todo o país. Para manter tudo funcionando, foram necessários 427,5 mil funcionários — número que representa um aumento de 2,2 mil em relação ao ano anterior.

Sendo assim, o sistema é capaz de gerar empregos, qualificar profissionais e causar um impacto econômico-social que é transformador.

Alcance dos objetivos sustentáveis

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi responsável por estabelecer os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), válidos para todo o mundo.

As cooperativas buscam desenvolver ações com foco nessas 17 metas. No Dia de Cooperar, por exemplo, mais de 130 mil voluntários participaram e 2,6 milhões de pessoas se beneficiaram. Então, as cooperativas têm um papel importante na transformação do mundo, para torná-lo mais justo e sustentável.

Redução das desigualdades sociais por meio do acesso

A estrutura em cooperativas também é capaz de reduzir desigualdades sociais arraigadas, como a disparidade de gênero, por permitir a participação de todos — ajudando a aumentar a participação das mulheres no mercado , por exemplo.

O cooperativismo também é uma forma de garantir acesso a condições melhores para as populações que, de outro modo, seriam deixadas de lado.

Por exemplo: em 10 cidades brasileiras, o setor cooperativista foi responsável por 100% das exportações, em 2019. Então, sem o sistema, essa riqueza não teria sido gerada e estaria concentrada nas mãos de grandes produtores.

Acesso a serviços para quem mais precisa

Especialmente ao observar o modelo cooperativista de crédito, é possível entender que as cooperativas chegam a locais que outras entidades não alcançam.

No caso do setor de crédito, por exemplo, as cooperativas conseguem estar presentes em municípios pequenos e/ou rurais, que não têm agências bancárias. Com isso, as pessoas podem entrar no sistema de crédito de forma prática, o que gera bons impactos sociais.

Quais são os princípios do cooperativismo?

Para entender a atuação das cooperativas de forma social também é importante reconhecer quais são os princípios do cooperativismo. Afinal, são essas as bases que geram os impactos desejados. Então, veja quais são os elementos que orientam o funcionamento desse modelo!

Adesão voluntária

A inclusão é um dos pontos-chave das cooperativas, já que elas permitem a participação de quem tiver interesse em assumir seus compromissos e atender às regras especificadas. Trata-se, portanto, de um modelo que não impede a participação das pessoas tomando como critérios credo, cor, gênero, classe etc.

Gestão democrática

Em uma cooperativa, todos os membros têm direito ao voto, e as decisões são tomadas em conjunto. Além disso, eles contam com representantes oficialmente eleitos pela maioria.

Participação econômica dos membros

O patrimônio de uma cooperativa é formado com a colaboração de todos os membros. Então, quem participa contribui para a formação de capital. Além disso, as sobras podem ser distribuídas de maneira proporcional.

Autonomia e independência

Outra característica essencial de uma cooperativa é a sua autonomia, com o controle nas mãos dos membros. A independência deve se manter em qualquer situação, mesmo diante de parcerias com instituições.

Educação, formação e informação

O aspecto social também está presente nos princípios das cooperativas, já que elas devem servir para aumentar o conhecimento e até a capacitação dos profissionais e de seus membros. Ainda, elas também têm a função de apresentar informações relevantes e que possam ser úteis.

Intercooperação

O trabalho colaborativo e a participação de todos são indispensáveis para o funcionamento do modelo de cooperativas. Além de os membros se unirem em busca de objetivos semelhantes, as cooperativas podem criar estruturas para reforçar o movimento.

Interesse pela sociedade

Como o individualismo não faz parte das cooperativas, as instituições devem focar no desenvolvimento da comunidade, com políticas de incentivo e busca pela sustentabilidade.

pessoas reunidas mostrando como o cooperativismo como alternativa social pode ser benéfico para todos

Quais leis e órgãos regulamentam o modelo cooperativista como alternativa social?

Para funcionarem, as cooperativas devem atender a dispositivos legais, que regulamentam a sua atuação. A principal ferramenta é a Lei 5.674/1971, que institui a Política Nacional de Cooperativismo.

Já a Lei Complementar n°130/2009 é responsável por definir as regras do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). Há, ainda, leis sobre cooperativas específicas, como a Lei 9.867/1999, sobre Cooperativas Sociais e a Lei 12.690/2012, que fala sobre as Cooperativas de Trabalho.

Há, ainda, legislações estaduais específicas e resoluções, como as previstas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

Sobre os órgãos regulamentadores, cooperativas de crédito devem receber autorização do Banco Central do Brasil (Bacen) para funcionar, por exemplo.

O chamado órgão máximo para representação é a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), além de entidades descentralizadas, como o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, que tem unidades estaduais.

Em quais setores o cooperativismo está presente?

Pensando na forma de atuação, as cooperativas se dividem em 7 grandes ramos, que antes eram em 13 setores. A nova classificação foi criada pelo Sistema OCB e passou a vigorar no Brasil em 2019. Os ramos principais são:

  1. Agropecuário;
  2. Consumo;
  3. Crédito;
  4. Infraestrutura;
  5. Trabalho, Produção de Bens e Serviços;
  6. Saúde;
  7. Transporte.

Antes, os 13 setores se dividiam assim:

  1. Agropecuário;
  2. Consumo;
  3. Crédito;
  4. Educação;
  5. Habitação;
  6. Infraestrutura;
  7. Mineral;
  8. Produção;
  9. Saúde;
  10. Social;
  11. Trabalho;
  12. Transporte;
  13. Turismo e lazer.

Na prática, isso foi feito para trazer mais representatividade e simplificar o sistema, mas o cotidiano das cooperativas se mantêm. De qualquer forma, entre os ramos, o único que não sofreu fusões ou alterações foi o setor de crédito.

Segundo o anuário de 2020, também é esse setor que se mantém na frente, em relação ao total de cooperados. O ramo de crédito apresentou 827 cooperativas, que somaram quase 10,8 milhões de membros. Isso é mais que o dobro que a soma de cooperados de todos os outros setores e responde por quase 70% de todos os 15 milhões de  cooperados no Brasil.

Ao total, a atuação cooperativista de crédito tem um ativo total de R$ 310,2 bilhões, com patrimônio líquido de R$ 56,5 bilhões e sobras do exercício de R$ 6,2 bilhões. Então, fica clara a importância desse setor para o sistema de cooperativas, além de ser mais consolidado e ter ainda mais oportunidades.

O cooperativismo é uma alternativa capaz de gerar impactos positivos para os seus cooperados, para os colaboradores e para toda a sociedade. Sendo assim, o setor traz muitas perspectivas positivas, inclusive quanto ao alcance da sustentabilidade.

Pensando na modalidade de crédito, baixe nosso infográfico sobre banco versus cooperativa e veja quem vence a disputa!

Unicred

A Unicred é uma instituição financeira cooperativa, cujo objetivo é fornecer crédito e prestar serviços aos seus cooperados.

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