A história do cooperativismo
Postado em 28 de janeiro de 2019 - Atualizado em 25 de maio de 2020

A origem do que hoje chamamos cooperativa tem data marcada: 21 de dezembro de 1844. Nesse dia, 27 tecelões e uma tecelã do bairro de Rochdale, em Manchester, na Inglaterra, fundaram a “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale”. 

A história do cooperativismo começa no século seguinte à Revolução Industrial. Foi em 21 de dezembro de 1844, na cidade inglesa Manchester, que 28 tecelões se juntaram para comprar itens de necessidade com preços melhores. Eles formaram a “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale”, que também era a primeira cooperativa do mundo.

A invenção da máquina a vapor criou jornadas de trabalho exaustivas e uma corrida interminável pelo lucro. Com a criação dessa estrutura, os tecelões colocaram as pessoas no centro, em vez dos lucros. Ainda usaram a estrutura para driblar o desemprego e os custos elevados, já que dividiam o que compravam. Essa semente germinou e se espalhou pelo mundo. Em determinado momento, chegou ao Brasil.

Para entender como tudo iniciou e como funciona, descubra a história do cooperativismo em terras nacionais!

O desenvolvimento do cooperativismo no Brasil

Por aqui, o movimento não demorou muito tempo a chegar. Já na época colonial ela começou a acontecer, principalmente pelas mãos dos jesuítas, que assumiram o papel de colonizar parte do Brasil.

Menos de 50 anos depois do feito em Manchester, em 1887, foi formada a primeira cooperativa brasileira. Em São Paulo, formou-se a Cooperativa de Consumo dos Empregados da Companhia Paulista. Graças à mineração, a Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto foi criada.

Inicialmente, essas organizações tinham o objetivo de facilitar o consumo de diversos produtos, como os agrícolas, por parte de seus integrantes. Deu tão certo que o processo ganhou força e, aos poucos, conseguiu se espalhar pelo país.

Na década de 1960, foi criada a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), responsável por defender os interesses dessas associações. Em 1971, foi criada a Lei 5.764, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo.

Com maior segurança jurídica, um novo capítulo da história do cooperativismo no Brasil foi construído. Nos anos 1990, o modelo se consolidou de vez e passou a ser visto como uma alternativa válida para solucionar vários problemas socioeconômicos.

Os modelos ao longo da história do cooperativismo

Para atender a diversas necessidades, as cooperativas passaram a assumir novas formas e atividades. Compostas por grupos diferentes, utilizam o sistema coletivo e sem foco nos lucros para conseguir resultados melhor para todos.

Ao longo da história do cooperativismo, foram desenvolvidos 13 setores principais. Para 2020, entretanto, ocorreram mudanças e eles passaram a ser 7. Veja quais são!

Agropecuário

O setor agro é um dos que mais produzem no Brasil e, por isso, estão entre os ramos importantes do cooperativismo do país. A união dos produtores rurais permite negociar melhores preços para insumos, vender com maior facilidade e obter mais concorrência de mercado.

Consumo

Formadas para diminuir os custos de produtos e serviços, as de consumo também fazem parte da história do cooperativismo. Com a mudança recente, passa a englobar cooperativas de educação e de turismo e lazer.

Crédito

As cooperativas de crédito formam instituições financeiras que não têm interesse no lucro. Todo mundo tem poder de decisão, assim como nas outras, e as sobras financeiras são divididas proporcionalmente.

Os serviços vão desde contas correntes a financiamentos, empréstimos e investimentos. Com taxas de juros menores e maior rendimento, permitem fugir das condições desiguais dos bancos e ainda fortalecem o ecossistema empresarial.

Infraestrutura

No ramo de infraestrutura, estão incluídas também das habitacionais. Nesse caso, os cooperados realizam atividades de energia elétrica, irrigação, telefonia, construção civil e muito mais. É responsável por levar o desenvolvimento a todos os cantos do país.

Saúde

Voltadas às atividades de atenção à saúde humana, incluem médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos e outros especialistas do ramo. Com isso, as cooperativas conseguem melhorar a atenção à saúde em todo o país.

Trabalho, produção de bens e serviços

Unificada a várias alternativas, como mineral, especial e até parte da educacional e de turismo. Permite o empreendedorismo com abordagem colaborativa, o que aumenta a força de todos os negócios.

Transporte

O ramo de transporte engloba o transporte individual ou coletivo, bem como o de carga. Os cooperados devem ter a posse ou propriedade dos veículos e podem incluir atividades como transporte via táxi, van, carro, moto, caminhão ou ônibus.

As tendências para esse setor

A reorganização dos ramos previstos já é uma mudança importante na história do cooperativismo no Brasil. Essa nova estrutura tem o objetivo de aumentar a força das cooperativas em cada categoria, melhorar o potencial de negociação e gerar maiores resultados para todos.

Isso, inclusive, tem a ver com as novas necessidades do cotidiano. Há cada vez mais pessoas e organizações do tipo, o que exige um bom preparo para lidar, na outra ponta, com as grandes corporações.

Além desse aspecto, há outras tendências que devem ganhar força. A seguir, veja quais são as principais.

O crescimento de marcas globais

Por falar nelas, a expansão dos grandes negócios e marcas que dominam a maior parte dos setores promete reforçar o potencial das cooperativas. Afinal, elas compõem um modelo sustentável e que permite que negócios e profissionais tenham mais competitividade e melhores condições de negociação.

A economia colaborativa

Ao mesmo tempo em que poucas marcas e bancos aumentam a sua influência, a sociedade busca novos modelos de existir e obter desenvolvimento econômico. É nesse contexto em que surge a economia colaborativa, baseada na união de pessoas para reduzir custos. Com esse aspecto em alta, a história do cooperativismo mostra que elas serão, cada vez mais, a saída para quem procura obter bons resultados.

A desbancarização

Mesmo ainda lucrando bilhões, os bancos tradicionais têm encarado a concorrência dos digitais e, principalmente, das cooperativas de crédito. A mudança da relação com o dinheiro, o avanço das tecnologias e a busca por condições melhores promete tornar esse setor ainda mais promissor.

A adoção de novas tecnologias

Em todos os ramos, é esperado um aumento no uso da tecnologia. Isso tornará as cooperativas acessíveis e com um alcance de público maior. Com isso, será possível obter crescimento, relacionamento e resultados ainda melhores para os participantes.

A história do cooperativismo no Brasil e no mundo é marcada, principalmente, pelas transformações e adaptações às necessidades. Para o futuro, a tendência é que o modelo ganhe relevância e gere resultados diferenciados para todos que se envolvem com essa modalidade.

Para conhecer uma das áreas que mais crescem, entenda como funciona cooperativismo de crédito no Brasil e conheça quais são as suas principais características!

O que aparentemente parecia apenas um armazém, idealizado para oferecer aos seus cooperados artigos  de primeira necessidade e outros serviços de ordem econômico-social, transformou-se na semente do movimento cooperativista. 

Com objetivos claros e eticamente discutidos, esses trabalhadores economizaram, durante doze meses, 28 libras e criaram uma sociedade que atuaria no mercado, tendo o homem como principal finalidade – e não  o lucro. 

Essa atitude representou uma reação à ganância capitalista que, na época, submetia crianças e mulheres a jornadas de até 16 horas de trabalho. O êxito dessa iniciativa passou a ser um exemplo para outros grupos. 

As cooperativas de consumo multiplicaram-se pela Europa de forma tão intensa que em 1881 já existiam cerca de mil sociedades e 550 mil cooperantes. 

O cooperativismo evoluiu e conquistou um espaço próprio, definido por uma nova forma de pensar do homem, do trabalho e do desenvolvimento social. 

A história demonstrou que, posteriormente, essa prática também manifestou-se como alternativa de organização de trabalho nos países ditos socialistas, os quais, de outra forma, também separavam o trabalhador de seu meio de produção. 

Os valores de ajuda mútua e igualdade de direitos e deveres cultivados pelos tecelões ingleses são tão fundamentais que, mesmo passados mais de cem anos, permanecem como o cerne desse movimento que expandiu-se pelo mundo através dos tempos e em diferentes campos da atividade humana. 

Por atuar de forma intermediária, onde propriedade não é nem do capitalista nem do Estado, o cooperativismo é aceito por todos os governos e reconhecidos como uma fórmula democrática para a  solução de problemas sócio-econômicos.

Unicred

A Unicred é uma instituição financeira cooperativa, cujo objetivo é fornecer crédito e prestar serviços aos seus cooperados.

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