Coronavírus e economia colaborativa: o que levar de aprendizados da pandemia?
Postado em 25 de maio de 2020

A economia colaborativa, compartilhada ou em rede transforma as relações de consumo. A aquisição é substituída pela parceria, pelo compartilhamento e pelo uso em comum. O lucro já não é o mais importante e é trocado pela busca de uma conexão ganha-ganha. No mundo, essa economia valia 15 bilhões de dólares em 2014 e, em 2025, alcançará 335 bilhões de dólares.

Diante da pandemia do novo coronavírus de 2020, esse tema se tornou especialmente relevante. Afinal, essa é uma forma de ajudar a resolver diversas questões que surgem em um cenário desafiador como este.

A seguir, entenda quais são os ensinamentos quando pensamos na relação entre economia colaborativa e pandemia!

O que esse modelo tem a ver com momentos de crise?

Momentos de dificuldades econômicas e de situações atípicas exigem novas maneiras de agir e de pensar. Diante de uma pandemia de proporções globais, é exatamente isso que acontece e que destaca o papel da economia colaborativa.

Logo no início de toda a situação, muitas empresas se prontificaram para ajudar clientes e outros negócios. Plataformas liberaram conteúdos gratuitos, serviços disponibilizaram funções extras sem custos adicionais e profissionais começaram a trocar serviços e experiências, para que todos pudessem se ajudar.

Inclusive, a economia colaborativa já era uma tendência antes disso tudo acontecer. Infelizmente, foi necessário que uma situação desse tipo ocorresse para que a modalidade se consolidasse como um pilar para o nosso desenvolvimento.

A verdade é que, de todo modo, o capitalismo desenfreado e o consumismo sem reflexão estão perdendo espaço. A mudança de mentalidade, o esgotamento de recursos e a criação de soluções inovadoras favoreceram esse cenário. Com a pandemia, portanto, a economia colaborativa com atuação em rede tem ainda mais força — e o mesmo se torna indispensável.

Quais são os aprendizados da pandemia sobre a economia colaborativa?

O reforço sobre a importância dessa forma de atuar não é o único aprendizado consolidado com a situação. Desde o começo, a pandemia assentou um ensinamento fundamental: vivemos em sociedade e somos afetados coletivamente — não individualmente. Seja para controlar a disseminação de uma doença, seja para repensar a economia, é preciso que todos estejam envolvidos e com o mesmo objetivo.

Também ficou clara a necessidade de enxergar o mundo de uma nova maneira. O compartilhamento não serve para gerar perdas e, sim, para garantir ganhos para os vários lados da relação. É com essa característica que é possível construir uma forma de agir mais sólida, como uma corrente em que cada elo tem a sua função.

Principalmente, há como levar como aprendizado a força que todos têm juntos. Quando negócios se unem, por exemplo, conseguem mais poder de negociação e driblam as dificuldades. Em uma situação de crise, esse apoio mútuo é indispensável.

Como essa alternativa funciona na prática?

Apesar de a economia colaborativa estar se desenvolvendo nos últimos anos, ela não é exatamente nova. Desde os tempos feudais e da existência de aldeias, havia a troca de produtos e serviços para a sobrevivência de todos. Isso apenas evoluiu, com um volume maior de ganhos para os envolvidos — especialmente, em termos de valor agregado.

Entre os casos mais famosos estão os aplicativos de economia em rede. O transporte privado compartilhado, o aluguel de casas e cômodos privados e as plataformas de venda de produtos usados estão entre as opções.

No entanto, há muitas outras possibilidades. O coworking, por exemplo, baseia-se na existência de um grande escritório onde diversos profissionais e empresas atuam. Todos dividem a estrutura e os custos, o que torna a alternativa mais acessível.

Também há os fundos de investimento com foco nessa economia. Com o investimento em empresas que se complementam, é possível criar uma intensa força econômica, que garante melhor desempenho para todos.

Por que podemos dizer que esse modelo é parte do DNA de cooperativas?

cooperativas de crédito no Brasil

É impossível falar de economia colaborativa sem citar um de seus maiores expoentes: o cooperativismo. Essas organizações carregam a colaboração e o compartilhamento em sua essência e, por isso são mostras de sucesso nessa modalidade.

Uma cooperativa de crédito, por exemplo, fornece acesso a diversos serviços financeiros com taxas melhores que as de bancos tradicionais. Essa entidade, portanto, gera benefícios para todos os cooperados, que compartilham os serviços e a estrutura.

Para compreender como o DNA dessas instituições está ligado ao compartilhamento, trouxemos os 7 princípios do cooperativismo. Confira!

1. Adesão voluntária e livre

Todos os cooperados devem se juntar à entidade de forma espontânea, por pura vontade de integrar a sua estrutura. Inclusive, isso significa entender quais são as responsabilidades e obrigações envolvidas.

2. Gestão democrática

Em uma cooperativa, todos são donos e têm poder de escolha. As assembleias servem para tomar as decisões e cada cooperado tem direito a um voto — independentemente de quanto tenha de recursos. A atuação coletiva, portanto, é indispensável.

3. Participação econômica dos integrantes

Também é esperado que os cooperados atuem financeiramente no negócio. O dinheiro para a sua manutenção vem dos próprios integrantes, que podem adquirir cotas ou contratar serviços, por exemplo.

4. Autonomia e independência

Por definição, uma cooperativa precisa ser e se manter livre. Por isso, nenhum contrato ou acordo pode ferir isso — como vender a maior parte de cotas para uma empresa, por exemplo.

5. Educação, formação e informação

Os integrantes e trabalhadores de uma cooperativa devem ser capacitados para tal. É por isso que é responsabilidade da entidade fornecer educação e formação para que todos estejam preparados.

6. Intercooperação

Como o próprio nome revela e assim como acontece na economia colaborativa em geral, as cooperativas exigem a colaboração dos seus integrantes. Esse relacionamento ainda envolve outras cooperativas, da mesma estrutura ou mesmo de áreas diferentes.

7. Interesse pela comunidade

Cooperativas atuam sem fins lucrativos e devem, também, reverter parte dos resultados para a comunidade. O foco no desenvolvimento regional, por exemplo, ajuda a preencher esse princípio e inclui a colaboração.

A economia colaborativa é uma das principais alternativas para o presente e para o futuro. Com os aprendizados da pandemia, essa modalidade recebe ainda mais destaque — inclusive, na forma de cooperativas.

Como essa modalidade é fortalecida quando as pessoas sabem sobre essa opção, compartilhe o post nas suas redes sociais!

Unicred

A Unicred é uma instituição financeira cooperativa, cujo objetivo é fornecer crédito e prestar serviços aos seus cooperados.

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