Entenda na prática o que é o cheque especial e saiba usá-lo!

Postado em 19 de janeiro de 2022 - Atualizado em 14 de fevereiro de 2022

Produto genuinamente brasileiro, o cheque especial é uma das mais conhecidas soluções de crédito do sistema financeiro nacional. Utilizado por cerca de 40% da população todos os meses, esse limite é muito útil para quem precisa de dinheiro rápido. O problema é que nem todos sabem utilizá-lo.

Para usar bem qualquer tipo de crédito, é preciso conhecer suas regras e objetivos. Com este conteúdo, você poderá entender o que é cheque especial, como ele funciona e quais são as melhores formas para usufruir desse produto de forma consciente e em favor do seu dinheiro. Confira!

O que é o cheque especial?

O cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada que as instituições financeiras (bancos, financeiras e cooperativas de crédito) disponibilizam aos correntistas/cooperados em suas contas correntes, geralmente, de modo automático (sem necessidade de solicitação). Sua função é cobrir despesas de curtíssimo prazo quando não há saldo suficiente para liquidação, como nos casos de:

• desconto em folha;
• compensação de cheques;
• saques de emergência;
• pagamento de boletos.

Embora não seja exigido análise de crédito a cada vez que o valor é utilizado, trata-se de uma modalidade de empréstimo, sujeita à cobrança de juros e ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) durante o período de utilização.

Quais são as vantagens e desvantagens do cheque especial?

Como qualquer produto financeiro, o cheque especial tem benefícios, mas necessita de cuidados para evitar o endividamento. Veja algumas vantagens e desvantagens!

Vantagens

• rapidez e ausência de burocracia para liberação do valor;
• flexibilidade para quitar despesas inesperadas;
• ausência de encargos em caso de não utilização (de modo geral);

Desvantagens

• por ser concedido sem garantias, costuma ter elevado Custo Efetivo Total (CET) nos grandes bancos;
• juros são cobrados diariamente, de forma similar ao que é praticado no cartão de crédito;
• taxas suscetíveis às variações da Selic.

O cheque especial pode ser um poderoso aliado de pessoas físicas e pequenos empresários em momentos de imprevistos. Ao contrário do que muitos acreditam (e assim como ocorre com todos os produtos do mercado financeiro), o risco não está no cheque especial em si, mas sim em seu gasto desordenado, sem planejamento.

A título de exemplo, uma pesquisa feita há alguns anos revelou que 58% da população brasileira não sabe qual é a taxa de juros dessa modalidade de crédito. Desconhecer os juros, bem como não comparar os benefícios oferecidos entre as diferentes instituições, são alguns fatores que levam ao mau uso dessa solução.

Quais são as taxas aplicáveis ao cheque especial?

Em 2019, o Conselho Monetário Nacional (CMN) editou a Resolução 4.765, que redesenhou o cheque especial, tornando-o mais acessível.

A grande mudança trazida pelo normativo foi a imposição do limite de juros de 8% ao mês (ou 151,8% ao ano) sobre o valor utilizado. Anteriormente, não havia regulamentação clara sobre o tema, o que permitia abusos, especialmente por parte dos bancos de varejo.

Como contrapartida às instituições financeiras, a resolução passou a possibilitar a cobrança de até 0,25% sobre o valor disponibilizado para créditos acima de R$ 500,00 — ainda que não houvesse uso da modalidade.

Mesmo com a abertura para cobrança de quem não usa o cheque especial, a maioria dos bancos, financeiras e cooperativas optou por continuar oferecendo essa linha de forma gratuita.

Ou seja, como é pré-aprovado, via de regra, quando você abre uma conta, os valores já são disponibilizados, e podem ser verificados no extrato da conta corrente, separadamente ao seu saldo.

Na maioria dos casos, o limite, que é definido segundo as movimentações financeiras e informações cadastrais do cliente, pode ser ajustado mediante solicitação, bem como comprovação de condições de liquidação.

Como usar o cheque especial sem pesar no bolso?

Algumas pessoas se perdem na organização e no pagamento de empréstimos, mas isso pode ser controlado com uma boa educação financeira. Há algumas dicas básicas para usar essa linha de crédito de forma consciente. Entenda!

Fuja das instituições que cobram taxas mesmo sem uso do produto

Como dito, ainda que tenha sido possibilitado cobrar de quem não usa o cheque especial, muitas instituições seguem disponibilizando o valor de forma gratuita.

Dessa forma, ao verificar a previsão de taxa nessas condições, algo que deve ser avisado pelos bancos um mês antes do débito, não hesite em buscar outras empresas do setor.

Não utilize o cheque especial como salário

O cheque especial não foi criado para inflar artificialmente o padrão de vida de seus usuários, mas sim para capitalizá-los em períodos curtos. Portanto, ele pode ser usado como adiantamento, mas jamais como salário.

Use-o por poucos dias

Como há a cobrança de juros compostos, quanto maior o tempo em aberto, maior a taxa paga. Dessa forma, o uso consciente do cheque especial passa pela sua contratação por ciclos curtos, sendo sempre o primeiro passivo a ser coberto.

Opte pelo cooperativismo de crédito

Fazer parte de uma cooperativa de crédito é, em linhas gerais, ser sócio da instituição. As cooperativas são grupos de pessoas com objetivos e interesses comuns, o que assegura a construção coletiva de demandas financeiras em níveis justos, sem os tradicionais abusos cometidos pelos gigantes do mercado financeiro.

Na prática, em uma cooperativa de crédito, os percentuais cobrados pelos produtos/serviços são sensivelmente mais baixos do que os impostos pelos bancos mais conhecidos, o que torna o uso do cheque especial mais seguro e saudável.

No mais, as cooperativas (como algumas da Unicred) podem oferecer 10 dias sem juros no cheque especial. É preciso, portanto, pesquisar para além dos bancos para encontrar a solução que melhor atenda às suas necessidades.

Como você viu, o cheque especial é ferramenta importante na obtenção de recursos com rapidez. O bom ou mau uso não está atrelado ao produto em si, mas sim à gestão orçamentária de cada tomador.

A propósito, que tal aprender a cuidar melhor do seu dinheiro para não se endividar e, mais do que isso, aumentar seu patrimônio? Conheça agora 7 dicas para organizar de vez as finanças!

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